Pombagiras

*Rosa Negra*

A Pombagira Rosa Negra pertence à falange de Dona Rosa Caveira. Contou-me que sua última encarnação foi uma escrava em uma fazenda na Bahia. Adotou o nome Rosa por pertencer à falange de Rosa Caveira, e Negra, devido a sua última encarnação, como escrava, numa alusão à sua pele. Existem muitas Pombagiras Guardiãs, que se apresentam como mulheres negras. Como bela negra que era, sofreu muito com os abusos sexuais por parte de seu senhor e feitores. Para vingar-se, utilizava a magia negra contra o seus agressores. Morreu aos 28 anos, vítima de doença venérea. O desencarne, aliviou o sofrimento da carne, mas não o da alma. Dona Rosa Negra hoje, arrependida, dos males que causou com seus feitiços, trabalha para sua evolução como Pombagira na Falange de Dona Rosa Caveira. Não se interessa muito pelos romances, atua nos casos de proteção contra contra magos negros. Não recebe oferendas, pois age somente com o mando e permissão de Dona Rosa Caveira. Dona Rosa Negra se encontra hoje em paz, buscando evoluir cada vez mais.



*Pomba Gira das Almas*

Conta a história que no século XIII existiu em uma aldeia da Irlanda uma linda moça era dona de poderes ocultos... a qual ajudava muitas pessoas em troca de presentes e dinheiro. Ela era considerada bruxa mercenária que se aproveitava dos seus poderes para ter uma vida de luxo e de fama. Muitos eram os Reis e Rainhas que ao saberem dos poderes, recorriam a ela... Um dia a Igreja Católica soube da fama da bruxa e também dos seus vastos bens adquiridos com suas magias... resolveram condená-la a fogueira e com isto mostrar que o verdadeiro poder só vinha de Deus.
Ela foi queimada em uma sexta-feira de lua nova... onde o céu se mostrava em profunda escuridão, seu corpo carbonizado foi colocado em uma urna, sendo passado correntes e cadeados e jogado em um calabouço, para mostrar ao povo que na verdade ela pertencia ao inferno.
No mundo astral quando chegou foi recebida por uma entidade muito poderosa chamada de Rainha das Almas. Esta senhora bruxa ao receber a menina se identificou como mãe dela que havia a abandonado para fugir com um cavaleiro errante quando ainda era muito criança. A moça ainda se encontrava muito fraca e em estado lastimável devido as queimaduras a qual foi o real motivo do seu desencarne, passando algum tempo ela foi recuperando seu perispírito e novamente se transformou em uma linda moça.

As Pombas Giras das Almas, não são como muitos podem acreditar uma falange única, na realidade das ALMAS é uma qualidade de atuação que esta contida em todas as falanges.Refiro-me a todas as falanges e não apenas a falange de POMBAS GIRA, EXÚS, mas também de demais entidades que tem atuação espiritual.Claro que tem falanges que embora tendo entidades vinculadas trabalhando junto as ALMAS, não recebem denominação "das almas", até por que muitas delas existem o óbvio, como os pretos velhos.
Então encontraremos em diversas falanges, a função "Das Almas" como: Maria Padilha das Almas, Maria Mulambo das Almas, Maria Quitéria das Almas, Rainha das Almas, Menina das Almas, etc.
Cada falange tem uma finalidade, um objetivo de trabalho para elevação dos seus membros, que optaram por auxiliar os desencarnados como medida de evolução.
As Pomba Giras das almas tem ordenança de Iansã.
Estas giras são muito eficientes em tudo o que a elas é pedido, tanto para atrair ou afastar amores, abertura de caminhos, trabalhos e feitiços. 

CARACTERÍSTICAS

Ferramentas: Cristais, metais, ponteiras,perfumes,moedas douradas,jóias, rosas brancas.
Atuação: Cruzeiro do cemitério, encruzilhada.
Bebida: Champanhe doce.
Fumo: Dificilmente fumam, mas quando sim, preferem cigarrilhas finas.
Comida: Farofas doces, maça, mel, morangos, carnes vermelhas sem nervos ou gorduras.
Velas: Brancas, brancas e pretas.
Guia: Preta e branca , preta e vermelha

*Maria Farrapo das Sete Catacumbas*

A condessa Sophia estava novamente com problemas, por isso chamou a negra Calú. Da primeira vez em que ficara grávida fora do casamento seu socorro viera através da escrava conhecedora de ervas que expulsavam o feto como que por encanto. Desta vez o assunto era ainda mais sério, estava grávida de um negro, como explicar ao conde, louro de olhos azuis e pele alvíssima, um filho que, certamente, nasceria mulato? Calú embrenhou-se na mata para procurar as ervas que conhecia tão bem.Seu rosto ainda queimava pela agressão da Condessa, ao ser indagada por Calú de como foi engravidar em tão pouco tempo, e poderia ser arriscado abortar novamente... e pelo ódio que invadia seu coração.Ela que sempre facilitara os encontros clandestinos da condessa, causara-lhe o primeiro aborto e nem um obrigado tivera ainda tinha que apanhar? Vagabunda era ela, que fazia o papel da esposa perfeita e ao menor afastamento do conde, deitava-se com qualquer um.Hoje seria o seu dia de vitória. Apanhou ervas que após a infusão levaria a mulher à morte. Aí sim ficaria contente. Entrou no quarto e a condessa encontrava-se deitada. - Já está pronto o remedinho minha querida? - Além de tudo era cínica - Sim senhora, preparei uma grande caneca e hoje mesmo estará livre do seu mal. - Ah que bom! Desculpe sim? Se perdi a paciência com você, mas não gosto que me ponham contra a parede. - Calú lançou-lhe um olhar furtivo - Não foi nada, já esqueci! Tome o chá e fique deitada. Em poucos minutos a mulher começou a sentir dores insuportáveis. - Calú esse não é o mesmo chá? Estou com dores horrorosas! - É assim mesmo, senhora, faz muito pouco tempo do outro acidente. Intimamente a escrava alegrava-se ao ver o sofrimento da condessa. - Calú, estou morrendo! - A negra subiu sobre a cama e falou: - Isso mesmo, condessinha vagabunda, estou livrando o mundo de uma podridão. Morra infeliz! A porta se abre e uma outra escrava ouve as últimas palavras, sai correndo e gritando pela enorme mansão: - A Calú está matando a condessa! Em poucos minutos o chefe da guarda, invade o quarto e vê a cena, a condessa morta sobre a cama e a escrava rindo histericamente ao lado. Um golpe certeiro de sua espada corta o pescoço da mulher, a cabeça de Calú cai sobre o corpo inerte de sua vítima. Depois de muito vagarem por tortuosos caminhos inferiores, os espíritos de ambas, encontraram-se em uma lei de esquerda. Na linha de Maria Mulambo, conseguiram o fio condutor de uma lenta e necessária evolução. Este é um dos raros casos em que dois espíritos ligados pelo ódio em terra, uniram-se para a evolução sob a mesma lei. Sophia hoje atende por Maria Mulambo das Almas e Calú por Maria Farrapo das Sete Catacumbas.

Maria Farrapo é da ordenança direta de Ogum.
Esta entidade tem uma atuação de limpeza no espiritual, trabalhando dentro da calunga pequena (cemitério), no cruzeiro das almas , ou em cima de tumbas. Maria Farrapo das Sete Catacumbas é muito séria, competente, determinada e fiel. É a Guardiã da falange Maria Mulambo e responsável pela cobrança cármica e retorno de demandas, excelente e precisa em suas execuções.

CARACTERÍSTICAS
Bebidas: Vinho, champanhe, batidas doces.
Fumo: cigarrilhas finas com 'piteira'.
Comida: Farofas com mel, dendê e pimenta, chocolates, costelinha de porco.
Ferramentas: Ervas, rosas em todas as cores, adagas, crucifixos.
Velas: Roxas,vermelhas, brancas ou pretas.
Guia: Preta e vermelha, Branca e roxo, branco e preto.


*Cigana Zaira (Cigana do Oriente)*

Na Espanha, terra e cor e de magia, foi onde aconteceu esta triste história de amor! Lá naquelas mágicas terras havia um príncipe que descontente, saiu do castelo vestindo roupas de plebeu., pois ele queria conhecer a vida do lado de fora dos muros do castelo, estar com o povo, conhecer a vida que viviam. Logo, encontrou um grupo de ciganos, que dançavam, cantavam, batiam palmas, comia e bebiam com grande alegria e despreocupação. Ficou fascinado! E sem poder se conter, juntou-se a eles.
Uma cigana, de nome Zaira, que dançava com grande beleza, logo que viu o príncipe ficou por ele interessada e aproximando-se perguntou se ele queria dançar. Ante a afirmativa do príncipe, Zaira pegou duas canecas de vinho e ofereceu uma ao príncipe demonstrando todo o seu interesse, sempre dançando e rodopiando com muita graça e elegância. 
O príncipe, estava encantado, pois no seu castelo tudo era muito formal e bebendo o vinho, sem conseguir desviar os olhos da linda cigana percebeu que, aquele vinho barato lhe parecia infinitamente melhor do que o melhor vinho de sua adega!
Zaira dançava em frente ao príncipe que, maravilhado, lhe perguntou:
_ Qual o seu nome, linda cigana?
_ Zaira; e tu, gadjô?
_ Meu nome é Sol, um pobre coitado.
_ Se tu es um pobre coitado, podes ser um cigano.
Por um tempo o príncipe ficou com os ciganos. A alegria, a música, as festas, tudo, tudo lhe fascinava e, assim, neste clima de magia e alegria amou Zaíra e a engravidou.
Porém, a vida cigana para os que não são ciganos torna-se cansativa e enfadonha. O príncipe já sentia falta do luxo, da pompa e riqueza de seu castelo. E quando os ciganos tiveram que levantar acampamento ele sabia que não seguiria os ciganos; mesmo porque, como príncipe tinha compromisso com seu povo e foi embora, numa noite de luar, sem olhar para trás.
Zaira ao perceber que seu amado a abandonara olhou para o céu e disse: " isto é para todos aprenderem que ciganas não pode amar gadjôs!" e pediu que sua história fosse contada a todas as gerações de ciganos até o final dos tempos.
Zaira dali a alguns meses teve uma menina que recebeu o nome de Zaina, porém, não se sabe se por tristeza ou problemas no parto desencarnou logo em seguida. A pequena Zaina foi criada sob a proteção de um cigano do grupo.
Por isto, até hoje, as ciganas evitam o amor dos gadjôs!

*MARIA PADILHA DAS SETE ENCRUZILHADAS*

Núbia estava satisfeita e feliz.
Depois de uma misteriosa doença, sua prima, a rainha Velma, havia sucumbido.
E ela sabia do que se tratava, fora ela quem, diariamente, pingara gotas de um poderoso veneno nas refeições da soberana.
O caso amoroso que mantinha com o rei Alberto finalmente teria um final feliz.
Para ela, claro! Mal pode conter a alegria quando foi notificada da morte da prima.
Fez um tremendo esforço para derramar algumas lágrimas durante o enterro, porém seus pensamentos fervilhavam, imaginava os detalhes de sua coroação.
Havia o período de luto de no mínimo três meses, mas isso era de menos, Alberto estava totalmente apaixonado e faria de tudo para casar-se com ela o mais rápido possível.
Aí sim, a glória e o poder que sempre foram daquela tonta seriam dela para frente.
Várias vezes tivera que cobrir o rosto com seu lenço negro para que ninguém percebesse o sorriso de satisfação que aflorava em seus lábios.
Terminado período de luto, Núbia procurou pelo amante para dizer-lhe que estava pronta para ser sua nova mulher, e poderiam começar os preparativos para o casamento e coroação.
A reação de Alberto fez seu coração gelar:- Núbia foi você que matou minha mulher? Negou veementemente.
Ela jamais teria coragem de fazer qualquer mal à sua prima, mesmo amando seu marido, pelo contrário, perdera noites de sono para permanecer à cabeceira da doente.
Como podia ele pensar isso dela? – Núbia! – Alberto estava gritando – A casa tem criados, será que você é tão imbecil que não percebe que eu descobriria?
O desespero tomou conta da mulher, sentiu que a situação havia fugido de seu controle.
Jogou-se aos pés do homem implorando perdão: – Eu te amo demais, não aguentava mais ficar longe de você!
As lágrimas corriam livremente. – Ela não te amava, sou eu que o amo!
Sem pestanejar, Alberto chamou pelos guardas palacianos e mandou que a levassem a ferros para o porão do castelo onde ficaria até que ele decidisse o que fazer.
Durante três anos permaneceu presa.
Chorava muito e amaldiçoava a todos.
O pior, porém era o fantasma de Velma que todas as noites a visitava.
A imagem da rainha surgia ricamente vestida e a olhava com piedade balançando a cabeça em sinal de desaprovação.
Nesses momentos os gritos que dava ecoavam pelos corredores do palácio.Da bela e arrogante mulher, nada mais restava.
Tornara-se um trapo humano.Um dia veio o golpe fatal.
A criada que lhe trazia as refeições informou-lhe que o rei havia anunciado seu casamento com uma jovem duquesa.
As horas que se seguiram a essa descoberta foram de horror, a imagem da rainha falecida permaneceu sentada no fundo do cubículo e não desviava o olhar tristonho de acusação.Num acesso de fúria avançou sobre o espectro.
Debilitada, tropeçou nas próprias vestes e caiu batendo a têmpora na pedra onde Velma estivera sentada.
Seu espírito vagou por anos.Aprendeu muito e descobriu que havia sido rainha em outras encarnações, mas que nunca fora exemplo de bondade ou compaixão. Como Maria Padilha das Sete Encruzilhadas, readquiriu o porte majestoso de antigas vivências e segue em busca de evolução.Sempre que está em terra lembra que há muito a aprender, mas que tem muito a ensinar.

Vem na Ordenança de Iemanjá, é discreta em sua incorporação, e tem como missão recuperam um ser extraviado de sua família. Usa a aparência sedutora e disciplinada para auxiliar no resgate e ganhar a atenção daquele que busca ajudar.

*Pomba Gira da Figueira*

As lágrimas desceram lentamente pelo rosto de Giulia no momento em que fechou a porta e olhou para a cama velha com lençóis amarelados. Ali, naquela pocilga, passaria a viver de agora em diante.Antigas lembranças passaram diante de seus olhos. Resquícios de um tempo em que imaginara ser feliz. O casamento com Aprígio parecia ter sido há tanto tempo, e na realidade apenas cinco anos se passaram. O amor enorme que crescia a cada dia nos tempos de noivado, foi aos poucos se transformando em um apagado sentimento, acompanhado de uma cruel sensação de mágoa.Quando conheceu Hugo, amigo de seu marido, o mundo pareceu criar novas cores. Ele sim, lhe dava atenção e carinho. Um mês inteiro de amor sem medida, paixão tórrida que arrebatava seu corpo e mente em total loucura descuidada. Aprígio um dia voltara, sem aviso, e os pegara em sua cama.Alucinado pelo ódio, desferiu três tiros sobre o amigo, matando-o instantaneamente. Ela, nua, correu.Conseguira alguns trocados com uma prima que, no entanto, não a queria por perto e foi com esse dinheiro que alugou esse quarto miserável em que agora se encontra. Perdida em meio a esses pensamentos, relanceia o olhar pelo aposento e nota, a um canto, um lençol rasgado. É isso! Pega o pano e percebe que o rasgo, se aumentado, será uma grande tira. Lentamente passa a rasgar e amarrar as tiras. A janela é alta e nela prende a ponta do tecido, a outra ponta é enrolada no pescoço. Arrasta o pequeno criado-mudo e sobe. Com um pequeno pontapé no móvel, lança-se à morte. Seu espírito totalmente atordoado perambulou por negros caminhos de escuridão profunda. Anos se passaram até que Giulia conseguisse perceber os erros que cometera. Hoje, passadas algumas décadas, ela atende em nossos terreiros com o nome de Pomba Gira Figueira. Tornou-se mais uma trabalhadora dessa grande falange que, apesar de ser pouco conhecida, sempre é lembrada em nossas tronqueiras.

Os espíritos que trabalham como pomba gira e atuam na vibração da figueira, têm em comum as experiências como as sacerdotisas, feiticeiras e curandeiras. Sempre os conflitos religiosos estavam presentes e os usavam para ajudar aqueles que as procuravam.Seus pedidos atendem amor, saúde e prosperidade em todos os sentidos da vida.

A nomenclatura FIGUEIRA veio pela convicção das mulheres em seus conceitos religiosos envolvendo curandeirismo e magística, que culminava em ser queimadas vivas, e a base desta fogueira eram galhos de figueira. Isso devido à parábola bíblica em que Jesus condena a figueira que não deu frutos, tornando esta árvore literalmente amaldiçoada, e destinada ao enforcamento e queima dos hereges.

Trabalha com ordenança de Iansã. Nas giras trabalha de forma leve e receptiva, porém didática e exigente com médiuns e aqueles que buscam sua ajuda.

CAMINHOS

* Maria Padilha da Figueira
* Maria Mulambo da Figueira
* Maria Quitéria da Figueira
* Sete Saias da Figueira
* Menina da Figueira
* Pomba Gira da Figueira da Lomba
* Pomba Gira Rainha da Figueira
* Pomba Gira da Figueira da Estrada
* Pomba Gira da Figueira da Calunga
* Cigana da Figueira

E todas atuações a partir destas.

Características:

Comida: Figo, maça vermelha, pêssego, pera, romã,mel, ervas e especiarias de todos os tipos, farofa de milho amarela com mel e pimenta dedo de moça.
Bebida:Sidra, vinho, batidas doces.
Fumo: Cigarrilha fina, de preferência com piteira.
Atuação: Cruzeiro das Almas, Cemitério, embaixo de árvores de figueira, estrada de terra. NÃO RECEBEM trabalhos na encruzilhada.
Guia: Podem utilizar verde, dourado, vermelho, preto, branco e roxo.
Velas:Verde, dourado, vermelho, preto, branco e roxo
Flores: rosas, lírios, jasmim.
ferramentas: Pós de magia, óleos, ervas, ponteiras, adagas e punhais,pedras.


*Rosa Vermelha*

A tarde caia lentamente. Assustada, Rubia apertou o passo quando percebeu que um homem a seguia. Era Felinto, o bêbado da cidade. Tentou entrar por ruelas estreitas para despistar seu perseguidor. No entanto, ele continuava caminhando, a poucos passos dela.
Rubia lançava olhares para todas as direções tentando encontrar alguém que a pudesse ajudar, mas era vão. A cidade estava deserta. Nem os moleques que costumavam correr por ali todas as tardes se faziam presentes nesse dia.
Já tinha ouvido falar das grandes bebedeiras daquele homem, porém nunca soube que ele houvesse feito mal a alguém. Mesmo assim, a respiração pesada que ouvia, vinda dele, a cada passo que dava, deixava-a apavorada e insegura quanto ao motivo daquela perseguição.
Nunca saia sozinha. Aos dezessete anos, era uma moça de rara beleza e seus irmãos mais velhos nunca permitiam que fosse às ruas sem ter, ao menos um deles, como acompanhante. Nessa tarde escapara da vigilância cerrada e fora ao campo respirar um pouco de ar puro. Ao retornar, satisfeita por ter fugido um pouco da rotina, percebera os passos de Felinto e seu coração gelou. Havia algo de muito errado naquela atitude. Agora já estava correndo. Ele corria também. As mãos fortes do homem agarraram-na e uma delas imediatamente cobriu-lhe a boca.
A mão livre corria pelo seu corpo. Ela já não tinha dúvida quanto ao interesse que despertara. Freneticamente tenta se livrar, mas ele é muito forte. Uma dor aguda anuncia que chegara ao fim. Aquele infeliz tomara sua virgindade à força. 
Com os olhos nublados
pelo ódio vê o homem levantar-se com um sorriso cínico dirigido a ela. Num relance, percebe, perto de si, uma grande pedra pontiaguda. Com rapidez se ergue já com a pedra na mão. Felinto está de costas, absorvido na tarefa de fechar a calça. Sem titubear, ela atinge sua cabeça com um golpe certeiro. Surpreso, o homem se vira. O sangue corre pelo seu rosto. Tomado de ódio e dor, agarra Rubia novamente e aperta-lhe o pescoço com extrema violência. Caem ambos por terra. A moça ainda vê a morte passar pelos olhos do homem, antes de também exalar o último suspiro.
O caminhar do espírito de Rubia, por vales sombrios, foi longo e doloroso. De outras encarnações trazia pesada carga. O assassinato de Felinto só fez aumentar, seu período de sofrimento em busca de conhecimento e luz. 


Hoje, em nossos terreiros, se chama Rosa Vermelha, a pomba-gira dos grandes amores. Discreta e bela, sua incorporação encanta a todos que a conhecem. 


*ROSA CAVEIRA*

ELA VIVEU APROXIMADAMENTE A 2.300 ANOS A.C, NA REGIÃO DA MONGÓLIA,OS SEUS PAIS ERAM AGRICULTORES E TINHÃO MUITA TERRA.ELA ERA UMA DAS 7 FILHAS DO CASAL,SENDO QUE SEU NASCIMENTO SE DEU EM UMA PRIMAVERA E A MÃE DELA TINHA UM JARDIM MUITO GRANDE DE ROSAS VERMELHAS E AMARELAS,QUE RODEAVA TODA SUA CASA. E FOI NESTE JARDIM QUE OCORREU SEU PARTO.SEUS PAIS ALEM DE SEREM AGRICULTORES,TAMBÉM ERAM FEITICEIROS,MAS SÓ PRATICAVAM O BEM PARA AQUELES QUE OS PROCURAVAM,E SUA MÃE TINHA MUITA FÉ EM UM CRUZEIRO QUE TINHA NO JARDIM DE SUA CASA,ONDE SEUS PARENTES ERAM ENTERRADOS.
NO PARTO DE ROSA CAVEIRA SUA MÃE ESTAVA COM PROBLEMAS,E DIFICULTAVA O NASCIMENTO DA MESMA E ESTAVA PERDENDO MUITO SANGUE,PODENDO ATÉ MORRER NO PARTO.FOI QUANDO A AVÓ DA ROSA CAVEIRA QUE JÁ HAVIA FALECIDO A MUITO TEMPO,E ESTAVA SEPULTADA NAQUELE CEMITÉRIO ATRÁS DE SUA CASA, VENDO O SOFRIMENTO DA SUA FILHA,VEIO ESPIRITUALMENTE AJUDA-LA NO PARTO,SENDO QUE SUA MÃE COM MUITA DIFICULDADE E A AJUDA DE SUA AVÓ (FALECIDA), CONSEGUIU DAR A LUZ A ROSA CAVEIRA. E COM SEU AMOR A NETA,SUA AVÓ,COLOCOU EM SUA VOLTA,VÁRIAS ROSAS AMARELAS,E PEDIU A SUA MÃE QUE A BATIZA-SE COM O NOME DE ROSA CAVEIRA,PELO FATO DE ELA TER NASCIDO EM UM JARDIM REPLETO DE ROSAS,E EM ENCIMA DE UM CAMPO SANTO (CEMITÉRIO), E TAMBÉM PELA APARÊNCIA ASTRAL DE SUA MÃE (AVÓ),QUE APARENTAVA UMA CAVEIRA. E EM AGRADECIMENTO A AJUDA DA MESMA,ELA COLOCOU UMA ROSA AMARELA EM SEU PEITO E SEGURANDO A MÃO DA MÃE, A BATIZOU COM O NOME DE ROSA CAVEIRA DO CRUZEIRO.
ELA CRESCEU COM SUAS IRMAS, MAS SEMPRE FOI TRATADA DE MODO DIFERENTE PELAS IRMÃS.SEMPRE QUANDO CHEGAVA SEU ANIVERSARIO SUA AVÓ IA VISITA-LA (ESPIRITUALMENTE), POR CAUSA DESSAS VISITAS E CARINHO QUE SEUS PAIS TINHA POR ELA, SUAS IRMÃS FICAVAM COM CIUMES E COMEÇARAM A MALTRATAR A ROSA,DEBOCHAR DELA,CHAMAR ELA DE AMALDIÇOADA POIS HAVIA NASCIDO EM UM CAMPO SANTO (CEMITÉRIO),E SEU PARTO HAVIA SIDO FEITO POR UMA MORTA.
E CADA DIA QUE PASSAVA,ROSA FICAVA COM MAIS RAIVA DE SUA IRMÃS.
ENTÃO ELA PEDIU A SEUS PAIS, QUE ENSINASSE A TRABALHAR COM MAGIA,MAS NÃO PARA FAZER MALDADE,MAS SIM PARA SUA PRÓPRIA DEFESA, E AJUDA PESSOAS QUE POR VENTURA A FOSSE PROCURAR.
SUA AVÓ VINHA SEMPRE LHE DIZER QUE ELA DEVIA SE CUIDAR,POIS COISAS MUITO GRAVES ESTAVAM PARA ACONTECER.SEU PAI MUITO ATENCIOSO A ENSINOU TUDO QUE ELA PODERIA APREENDER,E TAMBÉM A ENSINOU-A MANEJAR ESPADAS,LANÇAS,PUNHAIS,OU SEJA, ARMAS EM GERAL. SUA MÃE A ENSINOU TUDO O QUE PODERIA SER FEITO COM ERVAS,PORÇÕES E PERFUMES, E PRINCIPALMENTE O QUE SE PODERIA FAZER EM UM CRUZEIRO. FOI AI QUE SUAS IRMÃS FICARÃO COM MAIS RAIVA DELA,POIS ELA ESTAVA SENDO PREPARADA PARA SER UMA GRANDE FEITICEIRA, E SENDO AJUDADA POR SEUS PAIS E SUA AVÓ,E ZOMBAVAM AINDA MAIS DELA.
SUAS IRMÃS SE CASARAM COM AGRICULTORES DA REGIÃO, POREM UMA DE SUAS IRMÃS A MAIS VELHA,SE APERFEIÇOOU-SE EM MAGIA NEGRA, E POR VINGANÇA,FEZ UM FEITIÇO QUE MATOU SEUS PAIS. A ROSA COM MUITA RAIVA,MATOU SUA IRMÃ E SEU MARIDO. AS OUTRAS IRMÃS COM MEDO DELA,JURARAM LEALDADE A ELA.
AOS 19 ANOS ELA SAIU AO MUNDO,QUERENDO DESCOBRIR ALGO NOVO EM SUA VIDA, FOI QUANDO ELA CONHECEU UM HOMEM (MAGO) QUE TINHA 77 ANOS,E JUNTO COM SEUS 4 IRMÃOS, ELE FOI ENSINANDO A ELA MUITAS MAGIAS E FEITIÇOS,TUDO SOBRE A VINGANÇA, A DOR,O ÓDIO,POIS ESSE MAGO ERA O MAIS ODIADO E TEMIDO PELOS SENHORES FEUDAIS E MAGOS NEGROS. VIVIA EM UM CEMITÉRIO COM SEUS 4 IRMÃOS E SEUS DISCÍPULOS.
ELA APREENDEU A VER O FUTURO E FAZER VARIAS MAGIAS DE UM MODO DIFERENTE, SEMPRE USAVA UM CRÂNIO TANTO HUMANO COMO DE ANIMAL,E EM SUA BOCA COLOCAVA UMA ROSA AMARELA,FOI QUANDO EM UMA DE SUAS VISÕES,VIU SUAS IRMAS PLANEJAREM SUA MORTE. ELA POR SUA VEZ ESPERTA,FEZ UMA MAGIA QUE MATOU TODAS AS SUAS IRMÃS.
APÓS FAZER ISSO ELA VOLTOU A COMPANHIA DO MAGO, E COM SUA AJUDA PERCORREU VARIAS ALDEIAS, CAUSANDO GUERRAS PARA FAZER JUSTIÇA E PARA LIVRAR SEUS POVOS DOS SENHORES FEUDAIS. E TAMBÉM PARA LIVRAR ESSE POVOS DOS MAGOS NEGROS E ENCANTOS DE FEITICEIROS MALIGNOS, E POR CAUSA DISSO ERA MUITO AMADA E RESPEITADA POR TODOS. 
AOS 99 ANOS,SEU AMADO E SEU MESTRE MORREU,E ELA ASSUMIU SEU LUGAR JUNTO AO IRMÃO MAIS VELHO DO MAGO.
AOS 77 ANOS ELA FOI TRAÍDA POR UM DOS IRMÃOS DO MAGO,O TERCEIRO, QUE A ENTREGOU NAS MÃOS DE UM MAGO QUE ESTAVA A SUA PROCURA, ESTE MAGO ERA UM DOS MAIS TEMIDO E PERVERSO, E SABIA O PONTO FRACO DELA. COM A AJUDA DESSE IRMÃO,ESSE MAGO A MATOU,DEGOLOU A ROSA,E ENTREGOU SUA CABEÇA EM UMA BANDEJA DE OURO CERCADA DE ROSAS VERMELHAS, PARA OS ESPÍRITOS DOS MAGOS NEGROS. APÓS ISSO ELA FICOU APRISIONADA ESPIRITUALMENTE POR ESTE MAGO ATÉ SER LIBERTA,PELO SEU AMADO MESTRE E MAGO, QUE A ENTREGOU A FALANGE DE EXU CAVEIRA. O IRMÃO DO MAGO TRAIDOR FOI MORTO 3 ANOS DEPOIS PELA PRÓPRIA ROSA, QUE DEU SUA ALMA DE PRESENTE A SEU AMADO MESTRE. SE TORNANDO ASSIM SEU ESCRAVO.
FOI ASSIM QUE COMEÇOU A TRABALHAR NA LINHA DAS ALMAS, E HOJE É CONHECIDA COMO ROSA CAVEIRA( POMBA-GIRA GUERREIRA E JUSTICEIRA), POIS EM SUA APRESENTAÇÃO ASTRAL,ELA VEM EM FORMA DE CAVEIRA E MULHER,OU MEIO A MEIO SEMPRE COM UMA ROSA AMARELA EM SUAS MÃOS E A CAVEIRA AOS SEUS PÉS.
CAVEIRA ESTA QUE REPRESENTA TODOS OS SEUS INIMIGOS QUE CRUZAM SEU CAMINHO.
FAZ PARTE DA FALANGE DE TATÁ CAVEIRA E EXU CAVEIRA.

SEU PONTO DE FORÇA É O CRUZEIRO DAS ALMAS ONDE SE ENTREGA OS PEDIDOS E OFERENDAS.


*POMBA GIRA MENINA DA PRAIA*


Em uma ilha do oceano pacifico, viveu Carranna, em uma aldeia de pescadores.Onde esses pescadores adoravam o grande rei maligno do mar, DAGON, por temê-lo a grande fúria do mar, e o mar não dar mais peixes e alimentos a seu povo.O povo com medo da fúria de DAGON o rei maligno do mar, faziam a cada sete anos um sacrifício para acalmá-lo, levando uma menina virgem ate a beira da praia, amarrando-a em duas pedras, entregando-a a DAGON,e quando subisse a maré para levá-la.Carranna que era uma menina que tinha os conhecimentos dos ONDINOS, que havia sido passado de sua avó para ela.Carranna revoltada com tudo isso, em uma noite de lua cheia foi a beira da praia com os sagrados pergaminhos escondida de seu pai e de sua avo.Ela foi na beira da praia invocar DAGON, pois ela era a única menina que nunca tinha sido oferecida, pois ela estava sendo preparada para ser a grande SACERDOTIZA de seu povo. Ela invocou o temível DAGON, nesse momento o mar se abriu e ele saiu em forma de um anjo, e perguntou o que vos quer de mim, ó menina tão pequenina: - Porque vos leva a cada sete anos uma menina de minha aldeia. DAGON respondeu, porque busco uma rainha. -O que e preciso para libertar meu povo dessa maldição, então DAGON respondeu... Somente a verdadeira sacerdotisa teria o poder de acalmar as ondas do amanhecer, e de acalmar a grande fúria que há dentro de mim. - Estou aqui para libertar meu povo desses sacrifícios, e me ofereço a ir junto com vós, e ser sua noiva eternamente, e quando a primeira onda do amanhecer bater na areia da praia seremos um só. DAGON, vendo Carranna sem medo de enfrentá-lo, lhe propôs, eu liberto seu povo, mas você ficará presa entre a beira da praia e o mar. Pois você foi a única de todas as meninas que teve a coragem e a audácia de vir falar comigo, para salvar todo seu povo , e seu povo a partir de hoje fará oferendas de frutas, perfumes e essências a todos os seres do mar.


*MARIA MULAMBO*

 Nascida em berço de ouro, aos 15 anos foi vendida em casamento para um rei de 40 anos. Casada sem amor, era relatada como amaldiçoada por não conseguir engravidar. Caridosa, em uma de suas visitas ao povoado, conheceu um viúvo com 3 filhos pequenos.
Sofria as violências diárias do rei, e sabendo disso seu amado propôs que fugissem e ela foi apenas com a roupa do corpo. O rei procurou e desistiu, até saber que Maria estava grávida, e que a árvore que não dava frutos era ele. A caçou para limpar sua honra. Após capturada, foi atirada ao rio com 2 pedras amarradas , sem que o povo soubesse. Com o passar do tempo, e seu amado sem notícias suas, percebeu que a beira do rio nasciam belas flores e pescavam como nunca, ele por intuição nadou e teve uma surpresa: Ela estava intacta e vestida como rainha, foi retirada da água e teve um funeral digno da majestade.
(Aluca) - Muito conhecida e respeitada em qualquer terreiro de Umbanda, Maria Molambo é um exemplo de como podemos evoluir quando trilhamos um caminho de ajuda e caridade aos irmãos mais necessitados.

Acostumada a bem atender a todos que procuravam sua ajuda nos Terreiros onde trabalhava, esta pomba-gira sempre foi muito requisitada para qualquer tipo de serviço.

O seu objetivo era ajudar aquele que estava à sua frente e assim ela fazia o que lhe era pedido. Infelizmente, as pessoas que procuram um Terreiro de Umbanda nem sempre procuram com sentimentos nobres, de ajuda, amor e caridade. São movidas, muitas vezes, por sentimentos mesquinhos de ódio e vingança. Assim, atendendo a estas pessoas, muitas vezes Maria Molambo se via obrigada a fazer trabalhos de vibração inferior, onde além de prejudicar a "vítima" daquele trabalho, prejudicava a pessoa que fazia o pedido, aos dirigentes do Terreiro e a si própria, já que pela "Lei do Retorno", recebemos de volta tudo aquilo que fazemos ao nosso semelhante.

CAMINHOS

*Maria Mulambo da Estrada
*Maria Mulambo da Lixeira
*Maria Mulambo do Cabaré
*Maria MUlambo Sete Catacumbas
*Maria Mulambo da Calunga

CARACTERÍSTICAS

Ferramentas> Ponteiras, vassouras, adagas, alguidar, rosas, pontos riscados.
Bebidas: Champagne, licores doces, batidas doces.
Fuma: Cigarrilhas finas ou cigarro.
Guia: Vermelha e preta, vermelha, branco e vermelho, amarelo e preto.
Velas> Vermelha e preta, vermelha, branca e amarela.




*Maria Padilha das Sete Catacumbas*

Vativa ficou totalmente arrepiada quando ouviu o que a bruxa lhe disse: 
- Precisamos do sangue de um inocente! 
- Sua mente imediatamente focalizou a imagem de Yorg, seu pequeno filho de apenas três anos.
Seus pensamentos vagaram por alguns instantes enquanto a mulher remexia em um pequeno caldeirão de ferro. 
Estava ali por indicação de uma vizinha que conhecia o problema pelo qual estava passando. Era casada, não tinha queixas do marido, mas de repente parece que uma loucura apoderou-se dela. 
Apaixonara-se por um rapazote de dezessete anos, ela uma mulher de trinta, bela e fogosa não resistira aos encantos do adolescente e sua vida transformou-se em um inferno. 
Já traira seu marido algumas vezes, mas desta vez era algo fora do comum, não conseguia conceber a vida longe do rapaz. 
Conversando com a vizinha, a quem contava tudo, esta aconselhou: 
- Vá falar com a bruxa Chiara ela resolve o assunto para você. 
- Pensou durante alguns dias e não resistiu, foi procurar pela feiticeira.
O ambiente era horrível e a aparência da mulher assustadora, alta, muito magra, com apenas dois dentes na boca, vestia-se inteiramente de preto e fora logo dando a solução: 
- Vamos matar seu marido, aí você fica livre e se muda para outro povoado, bem distante, levando seu amante! 
- Vativa ficou assustada, não era essa a idéia. Não tinha porque matar seu marido. Não havia um jeito mais fácil? 
- De forma alguma, se o deixarmos vivo, quem morre é você! 
Mas não se preocupe eu cuido de tudo. 
- Foi aí que ela falou do sangue inocente. 
- A senhora está tentando dizer que tenho que sacrificar meu filho? 
- Para fazer omelete, quebram-se ovos… 
Vativa não estava acreditando, a mulher dizia barbaridades e sorria cinicamente. Levantou-se e saiu correndo apavorada. 
A risada histérica dada por Chiara ainda ecoava em seus ouvidos quando chegou a casa. Desse dia em diante suas noites tornaram-se um tormento, bastava fechar os olhos para ver aquele homem todo de preto que a apontava com uma bengala: 
- Agora você tem que fazer! – Em outras ocasiões ele dizia: 
- Você não presta mesmo, nunca prestou! 
- Vativa abria os olhos horrorizados e não conseguia mais dormir. 
Uma noite, já totalmente transtornada com a aparição freqüente, saiu gritando pela casa. Ouvindo os gritos da mãe o pequeno Yorg acordou e desatou a chorar. Sem saber como, a faca apareceu em sua mão. 
- Cale a boca garoto dos infernos! 
- A lâmina penetrou por três vezes no pequeno corpo. 
Retomando a consciência não suportou a visão do crime cometido e caiu desmaiada. Na queda, a vela que iluminava o pequeno ambiente caiu-lhe sobre as vestes e em pouco tempo ofogo consumia tudo. 
Por muitos anos o espírito de Vativa vagou até conseguir a chance de evoluir junto a um grupo de trabalhadores de esquerda. 
Hoje todos a conhecem pela grandeza dos trabalhos que pratica na linha da guardiã Maria Padilha, mas se há uma coisa que ela odeia é relembrar o fato, por isso poucas vezes o comenta. 
Com posto garantido na falange do cemitério detesta ser lembrada para amarrações e perde a compostura quando há um pedido do gênero. 

Saravá Maria Padilha das Sete Catacumbas!




*POMBA GIRA MENINA*

Essa menina doce e meiga, de olhar oriental, nasceu em Myanmar (Birmânia), no sul da Ásia, no ano de 1838 - na época uma colônia britânica. Em sua tribo as mulheres não alongavam os pescoços com colares (como na Tribo das Mulheres Girafas), apenas tatuavam a pele quando eram prometidas em casamento para mostrar o compromisso e usavam uma pesada tornozeleira. No seu país todos os nativos eram budistas. Seu nome aqui no Brasil seria algo assim como "Swang Pi".
Aos nove anos, foi vendida por seus pais a um grupo se soldados britânicos. Eles pensaram que a vida dela seria melhor em outro país, onde ela teria maiores oportunidades. Mas, ela foi comprada para serví-los de todas as formas. Então desde cedo, juntou-se a outras meninas que se tornaram escravas sexuais de seus tutores. Além de cozinhar, lavar e servir, elas deviam manter-se asseadas e bonitas, pois quando eram procuradas deviam estar dispostas a serví-los bem. Foi assim, que com apenas doze anos de idade, Swang já conhecia o mundo dos adultos. Para fugir dessa realidade aprendeu a consumir bebidas e a usar a pinang - uma espécie de planta misturada ao tabaco - que servia como estimulante. Aos treze anos toda a sua noção de vida real havia se perdido e ela vivia entre a bebida, a droga e o sexo. Desencarnou antes de completar quatorze anos, tendo ataques epiléticos, por conta de uma mistura de bebida, noz de areca e outros alucinógenos.

Acordou no Plano Espiritual, em meio a espíritos sofridos, sem saber o que lhe havia acontecido. Uma avó que lhe amava muito lhe socorreu e levou-a a um hospital espiritual. Quando recuperou sua memória e sua decência, quis entender sua trajetória de vida. Pediu para trabalhar com meninas, que assim como ela, perderam toda a inocência antes da puberdade. A partir de então ela passou a visitar diversos lugares no mundo inteiro, onde haviam meninas que passavam pela mesma situação que a sua. Veio parar no Nordeste brasileiro e conheceu as meninas que também se tornavam escravas sexuais desde cedo. Pediu para ficar nesta terra e fazer parte de um novo trabalho. Conheceu a Seara do Caboclo Sete Encruzilhadas e percebeu que poderia ajudar sem ser julgada ou condenada. Poderia ser ela mesma e simplesmente trabalhar... Assim como ela existem outras meninas com suas histórias de dor e sofrimento e que também trabalham como Pomba Giras Meninas na Umbanda Sagrada. 




*Pomba Gira Dama da Noite*


Carmem vagava pelas ruas sem saber para onde ir. Perdera os pais, quando tinha cinco anos, e fora morar com seus tios. Tratada como escrava por anos, nunca soube o sentido da palavra felicidade. Analfabeta, somente conhecia os segredos da cozinha e da limpeza que era obrigada a fazer diariamente. O assédio de seu primo tornara-se insuportável conforme crescia em formas e beleza. Tanto o rapaz insistiu que acabou levando-a para a cama, onde foram flagrados pela velha tia, que em nenhum momento duvidou da palavra do filho que acusava a moça de seduzi-lo dia após dia. De nada valeram os apelos e juras de inocência. Imediatamente foi posta na rua sem um tostão e apenas com a roupa do corpo. Agora estava ali perambulando por ruas que não conhecia em uma noite escura e com lágrimas correndo pelo belo rosto. Um homem aproximou-se dela: - O que faz uma moça tão bonita perdida por aqui? E porque chora? Desalentada, começou a falar tudo que havia se passado. Não tinha nada a perder. Quem sabe aquele rapaz não a ajudaria? Fora o único que mostrara interesse no seu drama. Após ouvir tudo ele disse: - Venha comigo, tenho um lugar para você ficar! Sem outra opção a jovem o seguiu. Entraram em um casarão escuro em que somente uma pequena luz bruxuleava. Uma senhora vestida e maquiada com extravagância para àquela hora da noite, atendeu-os prontamente: - Mais uma menina, Jorginho? De maneira brusca, o rapaz agarrou a mulher pelo braço e sussurrou-lhe: - Esta é minha, vou querer somente para mim! - Calma lá garotão! Se você pagar não vejo motivo para que não seja sua. A partir desse momento Carmem transformou-se em mais uma menina da famosa Madame Eglantine. A principio deitava-se com Jorge pela gratidão, aos poucos, porém foi tomando-se de amores pelo rapaz, que em pouco tempo enjoou do que tinha com facilidade. Depois de dois meses de amor incondicional, o rapaz procurou pela Madame e falou: - Já está na hora da garota fazer a vida, não tenho mais como pagar pela sua estadia aqui. 



Eglantine sorriu com desdém, pois já sabia que o final seria esse, não era a primeira que passava por isso em sua casa. Ao ser informada de suas novas atribuições, a moça desesperou-se, chorou uma tarde inteira. Sem ter como fugir da situação, preparou-se para cumprir o combinado. Sentada no grande salão mal iluminado Carmem aguardava. Cada vez que uma das meninas subia acompanhada de alguém, ela suspirava de alivio por não ter sido escolhida. No entanto, quando já achava que estaria livre por aquela noite, Madame aparece com um senhor: - Querida, trate muito bem o Comendador Belizário, ele é prata da casa! Ao olhar o homem, sentiu o estômago revirar, ele podia ser seu avô! Eglantine percebeu e fixou um olhar gélido sobre ela: - Leve-o para seu quarto e faça tudo para agradá-lo. Com os pés pesados ela subiu as escadas que a levariam para o sacrifício, puxando o comendador pela mão. O velho fungava em sua nuca e ela tentava desviar do contato, ao sentir o hálito mal cheiroso, não resistiu, pediu que ele a soltasse e o empurrou com violência. Isso somente excitou mais o homem que agora literalmente babava em seu pescoço. Instintivamente agarrou a haste de bronze do abajur e desferiu com ódio na cabeça de Belizário. O sangue correu imediatamente manchando seu seio. Mas o velho não caiu, tomado de ira, apertou o pescoço da jovem até que, com os olhos vidrados, ela deu o último suspiro. Assustado pelo que fizera e com o sangue escorrendo pelo rosto, o comendador correu para as escadas onde tropeçou e rolou caindo morto no meio do salão de Madame Eglantine. Durante muitos anos o espírito de Carmem vagou por regiões escuras onde reviu e reviveu carmas e pecados de vidas anteriores. Amparada por linhas auxiliares começou seu trabalho de evolução espiritual utilizando a roupagem da Pomba-Gira Dama da Noite. Quem já se consultou com essa grande mulher sabe dos ótimos conselhos que ela sempre distribui entre sorrisos gentis e calorosos. Laroiê a Dama da Noite! Laroiê as Pomba-Giras!





*MARIA QUITÉRIA*

Essa pomba gira nasceu em 1624 no Reino de Portugal, em Lisboa. Como toda portuguesa, ela recebeu o primeiro nome de Maria e o segundo nome de Quitéria, em homenagem a Santa portuguesa. Ela foi criada por sua avó materna, pois sua mãe era viúva e enamorou-se do imediato de um navio mercante, seguindo com ele em viagem.Maria veio para o brasil e acomodou-se em Minas Gerais. Com 19 anos Maria teve seu primeiro filho na fazenda onde seu esposo trabalhava como capataz. Maria era uma moça prendada e sabia cuidar da casa e do marido com muito carinho e isso despertou olhares cobiçosos de outros jagunços da fazenda. Passaram dois anos de harmonia e paz, até que um dia José chegou em casa e encontrou Maria desacordada nos braços de outro, por uma armação. Ele não pensou duas vezes, matou-a com 7 tiros e atirou contra seu companheiro que fugiu porta afora. A criança foi entregue aos cuidados de uma família da fazenda.José viveu muitos anos infeliz e sem ninguém. Queria muito saber porque Maria fizera aquilo com ele. José foi atrás do farsante para que este contasse a verdade, ou tiraria sua vida ali mesmo. E este lhe contou:
> Sua mãe que não passava bem então Maria lhe preparou uma garrafada e alertou-o que o remédio causava um forte sono e por isso devia ser tomado somente a noite. No dia da tragédia ele pediu ajuda a Maria novamente, dessa vez dizendo que ele não se sentia bem.Maria serviu o chá aos dois e tomou-o para acompanhá-lo, mas não percebeu que o jagunço havia acrescentado ao chá o preparado. Ela sentiu diferença no gosto, mas não levou em consideração. Quando ela sentiu sonolência pediu ao jagunço licença, ele saiu e ela foi se deitar. Ele esperou até que ela dormisse e foi ter com ela... Maria até que começou a acordar, mas ele trancou sua respiração e ela desmaiou. Então, ele aproveitou para estuprá-la. Foi quando José chegou e ocorreu o fato.< 
José ao ouvir essa história ficou desconsolado. Então, sua Maria era inocente!Então José levou o jagunço pra fora do armazém e lhe deu três tiros na cabeça. Depois desse crime, José evadiu-se de Minas Gerais e nunca mais foi visto. Maria, por sua vez, foi recolhida ao plano espiritual e pode enfim descansar. Após o tratamento e o refazimento, Maria passou a trabalhar na Linha das Almas, na Falange "Maria Quitéria". Maria sempre gostou da história de Santa Quitéria, porque assim como a sua, era uma história de dor, desejo e traição. 


Esta pomba gira se trata de uma guardiã de fé, e é da mesma banda de Maria Padilha, é uma entidade muito forte que comanda uma falange muito grande de mulheres. A pomba gira Maria Navalhada é sua subordinada. Ela acompanha sete Exús e se apresenta sempre quando bem incorporada como uma mulher forte e sem rodeios e ao contrário do que muitos pensam, estas entidades apesar de serem muito sensuais, não costumam se insinuar a ninguém.A sensualidade faz parte da sua maneira de viver e é assim que elas se aproximam dos seus filhos de fé! 
Para Maria Quitéria suas oferendas tem que sempre estarem impecáveis.É uma entidade muito exigente para com seus filhos e filhas, e também com aqueles que requerem sua ajuda.

A força energética de Maria Quitéria tem maior intensidade em trabalhos a serem executados com as Almas principalmente em Cemitérios e Montes, sendo quase sempre mensageira de Orixás como Iansã, Obá, e as vezes Ogum.

Caminhos

*Maria Quitéria das 7 Encruzilhadas;
*Maria Quitéria da Calunga;
*Maria Quitéria das Almas;
*Maria Quitéria da Campina;
*Maria Quitéria do Cruzeiro;
*Maria Quitéria da Figueira;
*Maria Quitéria dos Infernos;
*Maria Quitéria das Sete Catacumbas.

Características

Atuação:Encruzilhadas, mata, cruzeiros, cemitérios, Montes.
Amuletos: Navalha, taça, bijuterias, perfumes,batons, toalhas vermelha e preta, rosas vermelhas.
Bebida: Champanhes, Licores doces.
Fuma: Cigarros, Cigarrilhas longas, Cigarrilhas com piteiras.
Nome Cabalístico: Lamia.
Vela:Vermelha, Preta.
Guia: Vermelha, vermelha e preta.











* Pomba Gira Sete Saias*


Sete Saias teve sua vinda ao mundo marcada por muito sofrimento. Já na sua infância se dá o início de sua aflição, pois ao nascer sua mãe falece por complicações durante o parto. 

Desde então sofreu constantes humilhações de seu pai que a culpava pela morte da esposa que tanto amava.Com o passar dos anos crescem os aviltamentos e já moça passa a ser forçada a fazer todas as vontades do pai sendo mais uma serviçal do que uma filha. 
Acaba então a moça Sete Saias se relacionando com homens casados e ricos do povoado vendo ai sua única satisfação, as esposas traídas desejam o seu mal a ponto de desejarem apedrejá-la. 
Mas até aqui não se fala por que ela recebeu este nome: Sete Saias.Segundo conta a lenda o motivo pelo qual tem este nome é que a moça tinha sete amantes. Assim, para cada amante ela usava respectivamente uma saia. 
Estes amantes, enciumados entre si decidem trancá-la em um casebre afastado como modo de punição pela vida libertina que escolhera junto aos mesmos. É então obrigada a se alimentar de restos de vegetais que se encontravam no interior de seu cárcere... Com muito sufoco derrubou uma parede velha do casebre feito de madeira. Rastejando pela fraqueza encontrou uma estrada próxima e nela passava uma caravana de ciganos que a acolheram e 

cuidaram dela. Tornando-se uma bela moça, que acabou casando com o filho do chefe do clã dos ciganos. Este filho tornou-se um homem muito rico, ele recebeu o título de barão e ela uma baronesa. E por vingança, queria voltar ao lugar que queriam apedrejá-la. O marido apaixonado e fiel fez a vontade da esposa, comprando o melhor e mais importante casarão daquele povoado. E assim, mandou convite a todos para um rico baile de máscaras, para apresentar a mais nova baronesa daqueles tempos. Sete Saias desceu as escadarias do rico salão com a sua bela máscara e um maravilhoso vestido. E todos os seus inimigos a aplaudiram e reverenciaram sem saber quem era a misteriosa mulher, que seria revelada somente no fim da festa. Ela chamou a todos ao centro do salão, ainda com a máscara, os convidados já totalmente bêbados, ela retirou a máscara, revelando-se a todos. Os inimigos indignados por ser ela a mais rica baronesa da região a qual deviam respeito, começaram a condená-la, principalmente o seu pai, que no impulso começou a cobrar carinhos que ele nunca teve a ela. E no soar de palmas, entraram-se empregados ao salão, carregando enormes barris de óleo. E os convidados achando-se que fazia parte da cerimônia, ficaram aguardando os servos despejarem o óleo por tudo enquanto Sete Saias e seu marido saíram escondidos, incendiando todo o espaço, matando e vingando-se assim, de todos os seus inimigos, parando em sua rica charrete para ver seus inimigos se incendiando.Suas últimas palavras aos seus inimigos foram: " livrarei vocês dos seus pecados com o fogo!" Beijando o seu esposo e seguindo a tua viagem.Ela morreu com seus 78 anos.






*Maria Navalha*



Sua história é marcada por luta e sofrimento, pois ao falecimento de sua mãe após dar a luz ao seu irmão, descobriu-se que ele possuía deficiência mental, e seu pai, um militar conservador o rejeita, e morre tempos depois pela depressão da perda de sua doce esposa, abandonando assim seu filho pequeno, e sua filha Maria Regina das dores à própria sorte.

Ela uma belíssima jovem, com volúpia, inteligência e sensualidade, logo descobre os caminhos da boemia, pelos cais, bares e cabarés, lutando para sobreviver e criar seu irmão. 

Em uma das sua noites de trabalho, se vê diante de um belo negro jogador, vestido em terno de linho branco, chapéu e gravata vermelha, o sedutor vence todos os homens naquela noite. Ela encantada termina sua noite de trabalho e vai para casa, quando perseguida por três homens, apela em orações para São Jorge, seu protetor, para se livrar dos homens malfeitores, e pois que surge o encantador negro, dotado de uma navalha, e desfere um golpe em um dos homens,para livrar a bela jovens de seus algozes. Ela agradecida é levada até sua casa, e ali começa uma história de amor, jogo, poder e astúcia, e esta parceria transformou-se através da eternidade!




*POMBA GIRA MARIA PADILHA;

A história conta que Maria de Padilha era uma jovem muito sedutora que foi viver no reinado de Castela como dama de companhia de D. Maria, mãe de D. Pedro I de Castela ( O cruel ) . Sendo que esta moça tinha um tutor e este responsável e tio da bela donzela, que também era herdeira de sangue nobre, devido a influencia de seu pai na corte espanhola.
A lenda conta que D.Pedro de Castela já estava noivo de D. Blanca de Bourbom, uma jovem pertencente a corte francesa, que foi enviada para Castela para casar-se com D. Pedro porque este estava já para assumir o Reinado do pai, no ano 1350.
D. Maria de Padilha e o Rei de Castela depois de apresentados, fulminaram-se de paixão um pelo outro e mesmo as escondidas começaram um grande caso de amor, onde sabiam que jamais seria aceito pela família e tampouco pela corte.
D.Pedro I de Castela, não queria casar-se com D. Blanca de Bourbom , mais este casamento traria excelentes benefícios políticos para a corte Espanhola e Portuguesa.
Dizem que Maria de Padilha, trabalhava na magia com um judeu cabalista e que este a ensinou muitas magias e através destas... conseguiu dominar o Rei de Castela completamente. Conta a história que ela foi uma das grandes responsáveis pelo o abandono ou morte de D. Blanca de Bourbom pelo rei, digo abandono ou morte porque ainda é uma história muito confusa... alguns livros indicam que D. Blanca foi decapitada ao mando do Rei... outros apenas citam que ela foi abandonada por ele e devolvida a sua família na França por ele ter assumido seu amor por Maria de Padilha.
Maria de Padilha de Castela, depois do sumiço de D. Blanca passou a viver com o Rei em seu castelo em Sevilha, palácio que foi construído e presenteado a Maria de Padilha pelo seu amado rei de Castela.
Maria Padilha deu quatro filhos ao rei de Castela sendo que o primogênito morreu em idade tenra.
Ao contrario do que conta muitas histórias publicadas desta grande personagem, Maria Padilha morreu antes do Rei de Castela e este fez seu velório e enterro como de uma grande rainha, fez com que seu súditos beijassem as mãos do corpo falecido por peste negra e a enterrou nos jardins de seu castelo.
O Rei anunciou ao sei reinado que havia casado com D. Maria Padilha as escondidas e que queria que seu filhos com ela fossem reconhecidos como herdeiros do trono e que a imagem de Maria Padilha diante do povo fosse de uma Grande Rainha.
Um ano mais tarde o rei veio a casar-se de novo, mais nunca escondeu que o grande amor de sua vida tinha sido D. Maria Padilha, os contadores contavam que o feitiço lançado ao rei pela poderosa Padilha seria eterno!
Alguns anos depois o Rei de Castela veio a falecer pelas mão de seu meio irmão bastardo que acabou assumindo o seu posto de Rei de Castela... o corpo do rei deposto foi enterrado a frente da sepultura de sua Amada Rainha Padilha, onde foram construídos duas estátuas uma em frente a outra, para que mesmo na eternidade os amados nunca deixassem de olhar um pelo outro.
Dizem que a entidade de Maria Padilha, na sua primeira aparição, foi em uma mulata no tempo da corte de D.Pedro II no Brasil , onde esta mulata em um sessão da Catimbó... recebeu uma entidade muito feiticeira e faceira que se apresentou com D. Rainha Maria Padilha de Castela e contou a sua história e que depois dela outras Padilhas viriam para fazer parte da sua quadrilha.


Caminhos>

Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga
Maria Padilha Rainha das 7 Encruzilhadas;
Maria Padilha Rainha dos Infernos;
Maria Padilha Rainha das Almas;
Maria Padilha das Portas do Cabaré;
Maria Padilha Rainha das 7 facas ( 7 navalhas);
Maria Padilha Rainha da Figueira.

Ela gosta de luxo, dos homens, de dinheiro, das jóias, da boa vida, dos jogos de azar, de baile e da música. É uma grande bailarina, cujos movimentos podem incluir passos das ciganas em alguns momentos, mexendo sensualmente seus braços, como quem desfruta plenamente de seduzir com o corpo em movimento. Seu porte é altivo, orgulhoso, magestoso, possui características das mulheres que não tem medo de nada. É muito requisitada para atrair amantes, abrir os caminhos, amarrar parceiras, mas principalmente é muito temida por sua frieza e seu implacavel poder na questão de demandas. Algumas das principais Pomba Giras que estão dentro de sua falange, abaixo de sua ordem são:

Maria Mulambo
Maria Quitéria
Maria Lixeira
Maria Mirongueira
Maria das Almas
Maria da Praia
Maria Cigana
Maria Tunica
Maria Rosa
Maria Colodina
Maria Farrapos
Maria Alagoana
Maria Bahiana
Maria Navalha

Bebida: Champanhe, Licor de aniz, Martini, Campari, Mel;
Ebôs: Pata preta, pomba preta, cabra preta, levando fubá de milho e azeite de dendê;
Fuma: cigarros, cigarrilhas;
Guia: Sua guia geralmente é contas pretas e vermelhas, O preto representando as trevas, o vermelho a guerra, algumas quando cruzadas nas almas, tem suas guias com contas brancas, sendo as mesmas enfiadas de três em três ou de sete em sete. Na Calunga, pode mesclar o roxo, representando a transmutação;
Lugar: Recebe os presentes, despachos e feitiços na Calunga (Cruzeiro do Cemitério), nas encruzilhadas em formas de T, ou X( dependendo a escolha do lugar, a vontade da entidade);
Ornamentos: jóias, cosméticos, espelhos;
Rosas :Rosas vermelhas abertas (nunca botões) em número impar, cravos e palmas vermelhas;
Símbolos: pássaro, o tridente,a lua,a pimenta,o crucifixo, o sol a chave e o coração;
Vela :de acordo com as cores de suas guias quando trabalham,podendo ser pretas e vermelhas, todas vermelhas e em certos casos, pretas e brancas,roxas ou ainda, todas brancas.



*POMBA GIRA DOS SETE CRUZEIROS DA CALUNGA*

França, final do século dezenove. Juliette estava desesperada. Aos dezessete anos, filha de nobres franceses estava prometida em casamento para o jovem Duque D''areaux. Por coisas que somente à vida cabe explicar, havia se apaixonado por um dos cavalariços de sua propriedade. Entregara-se a essa paixão de forma avassaladora o que culminou na gravidez que já atingira a oitava semana. Somente confiara o segredo à velha ama Marie, quase uma segunda mãe que a vira nascer e dela nunca se afastara, que a aconselhou a fugir com Jean, seu amado. Procurado, o rapaz não fugiu à sua obrigação e dispos-se a empreender a fuga. Sairiam a noite levando consigo apenas a ama que seria muito útil à moça e os cavalos necessários para os três. Perto da meia-noite, Juliette e Marie esgueiraram-se pelo jardim e dirigiram-se até o ponto em que o jovem as esperava. Rapidamente montaram e partiram. Não esperavam, contudo, que um par de olhos os espreitasse. Era Sophie a filha dos caseiros, extremamente apaixonada por Jean. Percebendo o que se passava correu até a grande propriedade e alertou aos pais da moça sobre a fuga iminente. Antoine, o pai de Juliette, imediatamente chamou por dois homens de confiança e partiu para a perseguição. Não precisaram procurar por muito tempo. A falta de experiência das mulheres fazia com que a marcha dos fugitivos fosse lenta. Antoine gritou para que parassem. Assustado Jean apressou o galope e o primeiro tiro acertou-o no meio das costas derrubando-o do cavalo. Juliette correu para o amado gritando de desespero quando ouviu o segundo tiro. Olhou para trás, a velha ama jazia caída sobre sua montaria. Sem raciocinar no que fazia puxou a arma de Jean e apontou-a para o próprio pai. - Minha filha, solte essa arma! - assim dizendo aproximava-se dela. Juliette apertou o gatilho e o projétil acertou Antoine em pleno coração. Os homens que o acompanhavam não sabiam o que fazer. Aproveitando esse momento de indecisão a moça correu chorando em total descontrole. Havia uma ponte à alguns metros dali e foi dela que Juliette despediu-se da vida atirando-se na água gelada. A morte foi rápida e nada se pode fazer. Responsável direta por três mortes (a dela, do pai e da criança que trazia no ventre) causou ainda, indiretamente mais duas, a de Jean e da ama. Triste destino aguardava o espírito atormentado da moça. Depois de muito vagar por terrenos negros como a noite e conhecer as mazelas de incontáveis almas perdidas encontrou um grupo de entidades que a encaminhou para a expiação dos males que causara. Tornou-se então uma das falangeiras de Maria Padilha. Hoje em nossos terreiros atende pelo nome de Pomba Gira dos Sete Cruzeiros da Calunga (ou Maria Padilha dos Sete Cruzeiros da Calunga), onde, demonstrando uma educação esmerada e um carinho constante atende seus consulentes sempre com uma palavra de conforto e fé exibindo um sorriso cativante.

*Como seu próprio nome já diz, trabalha com as radiações e energias do Cruzeiro do cemitério.

*Sua força é requisitada, quando há problemas com um dos cônjuges, por exemplo, quando há frigidez, impotência, e similares, e que por conseqüência destes distúrbios físicos venha ocorrer transtornos na vida do casal. Os resultados são os melhores, havendo a extinção radical destes problemas. É também muito requisitada esta entidade, quando o consulente, é vítima de perseguições, injustiças e demandas espirituais. 

*É de uma beleza e vaidade raras. Admira verdadeiramente as pessoas que lutam por seus ideais. Aprecia ser presenteada, contudo não exige presentes por seus trabalhos, exige sim, os materiais necessários para realização de seus encantamentos e realização de seus trabalhos.


Lendas> 

O Senhor das Encruzilhadas, quando chegou no mundo astral, pegou a gira do cruzeiro como companheira e ela lhe mostrou todo o astral inferior, e nestas andanças ao limbo ele encontra sua antiga mulher que era sua Rainha na vida terrena a qual nunca esqueceu e então passou a cuidá-la. Quando o exu Mor nomeou o Senhor das Encruzilhadas em Rei das Sete Encruzilhadas... Ele ordenou que a Gira do Cruzeiro tomasse conta do astral inferior lhe dando o título de Rainha do Cruzeiro... e foi viver com sua antiga mulher no médio astral... Onde a titulou como Rainha das Sete encruzilhadas, dando a ela todos os poderes que a ele foi dado pelo o Exu Mor.
A Rainha do Cruzeiro se sentido abandonada pelo Exu Rei, resolveu formar seu próprio reinado e nomeou o Exu do Cruzeiro das almas como seu fiel escudeiro e namorado.
Os dois juntos governam os reinos dos cruzeiros das almas, mais também recebem suas oferendas em encruzilhadas. É falso quando dizem que as duas Rainhas são uma só ou que ambas se odeiam... São rainhas de reinos distintos que quando na terra muito se respeitam.
A Rainha do cruzeiro gosta de trabalhar para a sedução, pois é uma pomba-gira muito sedutora, trabalha para a guerra e amarração de casais que se amam, mais nunca peça a ela para separar um casal, pois ela se aborrecerá profundamente com quem for lhe pedir este intento! Saravá a Rainha do Cruzeiro!

CARACTERÍSTICAS>

Comida: Maça, uvas roxas, morangos, galinha preta, pata preta, gato preto. Farofa de pimenta com dendê. Aceita agrados como chocolates.
Bebida: Champanhe e outras bebidas finas.
Fumo:Cigarrilha fina.
Amuletos: Jóias douradas e pedras em tons rubi, perfumes, rosas vermelhas.
Velas: Vermelhas, vermelhas e pretas e ainda brancas.
Campo de atuação: Cruzeiros das almas do cemitério (muda somente por pedido da própria entidade).
Guia: Preta, preta e vermelha, preta e roxa, preta e branca.


Amuletos: Jóias douradas e pedras em tons rubi, perfumes, rosas vermelhas.
Velas: Vermelhas, vermelhas e pretas e ainda brancas.
Campo de atuação: Cruzeiros das almas do cemitério (muda somente por pedido da própria entidade).
Guia: Preta, preta e vermelha, preta e roxa, preta e branca.